24.3.10




sou de uma raça de cachorro ruim
desassossegado pelo sangue que
brota das noites-incompletudes escorrendo
em angústias esquivas
sou de uma raça de cachorro mau
nauseado pela lua opiada nas
madrugadas latejantes de desejos lascivos
bebendo peçonha tumultuando
os jardins com excrementos perversos.
então escancaro uma
réstia lanosa de lágrima
quando me queimo em tua lua segredada
quando substancialmente o animal
estúpido cura sua compaixão.




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