28.5.14

Maya Angelou 2




  A Conceit


Give me your hand

Make room for me
to lead and follow
you
beyond this rage of poetry.

Let others have
the privacy of
touching words
and love of loss
of love.

For me
Give me your hand. 



3.5.14

Assionara Souza



Mas de quem, afinal, temos ouvido falar
quando se fala de literatura?

Também não sei 
Só sei que sonhei com a Joana 
a semana passada
Estávamos, as duas, num evento literário
muito importante, de alguém importante
Um desses senhores que têm feito da literatura
uma coisa burra e desconfortável, 
em seus trajes alinhados e cerimoniais
Eu vi a Joana e pensei: a Joana, por aqui,
mas ela não estava morta?
Eu sabia que sim, ela não...
E estava tão linda, como sempre
O cabelo bem curto, preto
como uma daquelas atrizes dos anos 30
Falou baixo, me confessando:
Não sei o que anda acontecendo comigo,
tenho me sentido estranha...
Eu, sempre falsa, não podia jamais dizer:
Será que é porque você morreu, Jô?
Ela tentou me cumprimentar
Mas caiu com todo o corpo
Num canto da sala
Logo em seguida, levantou-se e disse:
Viu?, tem sido assim, ultimamente
Tudo muito estranho...


E sei, Joana. E virando as páginas
de seu preciosíssimo livro tão pouco lido
lamento tanto de não nos termos conhecido mais,
nos festejado mais, longe das festas literárias e tais
desses senhores bem trajados e escovados e desconfiados

Agora eu imagino Joana lendo esse texto
aqui ao lado enquanto escrevo
E sabendo de tudo
Que ela está morta, que a literatura é algo fragilíssimo
E que todos nós nos sentimos um pouco mortos
e envergonhadíssimos, depois que ela morreu...