E como fizeram sucesso as paródias de Juó Bananère, mestre da sátira do início do séc. 20, aqui vai mais uma de outro poema famoso, "As Pombas", de Raimundo Correia:
As Pombas (de Raimundo Correia)
Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada...
E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais, de novo, elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...
As Pombigna (de Juó Bananère)
P'ru aviadore chi pigó o tombo
Vai a primeira pombigna dispertada,
I maise otra vai disposa da primiera;
I otra maise, i maise otra, i assi dista maniera,
Vai s'imbora tutta pombarada.
Passano fora o dí i a tardi intera,
Catano as formiguigna ingoppa a strada;
Ma quano vê a notte indisgraziada,
Vorta tuttos in bandos, in filera.
Assi tambê o Cicero avua,
Sobi nu spaço, molto alê da lua,
Fica piqueno uguali d'un sabiá.
Ma tuttos dia avua, allegre, os pombo!...
Inveis chi o Muque, desdi aquilio tombo,
Nunga maise quiz avuá.