Há dois tipos de poetas modernos: aqueles, sutis e profundos, que adivinham a essência das coisas e escrevem: "Luzeiro, luz zero, luz Eros, a garganta da luz pare cores coleiras" etcétera, e aqueles que tropeçam em uma pedra e dizem "pedra filha da puta". Os primeiros são os mais afortunados. Sempre encontram um crítico inteligente que escreve um tratado "Sobre as relações ocultas entre o objeto e a palavra e as possibilidades existenciais da metáfora não formulada". Deles é o Olimpo que nestes dias se chama simplesmente o Clube da Fama.
Jaime Sabines, 1972.