(O adeus de) Teresa
A primeira vez que eu vi Teresa
Achei que ela tinha pernas estúpidas
Achei também que a cara parecia uma perna.
Quando vi Teresa de novo
Achei os olhos mais velhos do que
o resto do corpo.
(Os olhos nasceram e ficaram um
ano esperando que o resto do
corpo nascesse).
Da terceira vez não vi mais nada
Os céus se misturaram com a terra
E o espírito de Deus voltou a se
mover sobre a face das águas.
-- Manuel Bandeira, em brincadeira poética com os versos de "O Adeus de Teresa", poema de Castro Alves. A intenção era fazer uma "tradução para o moderno", 1925.