10.9.03

Federico Garcia Lorca

dois marinheiros à margem




Trouxe no seu coração
um peixe do Mar da China.

Que às vezes se vê cruzar
diminuto por seus olhos.

Esquece sendo marítimo
os bares e as laranjas.

Olha a água.




Tinha a língua de sabão.
Lavou suas palavras e calou-se.

Mundo plano, mar riçado,
cem estrelas e seu barco.

Do Papa viu os balcões
e os peitos dourados das cubanas.

Olha a água.