O "Lunário Perpétuo" foi durante dois séculos o livro mais lido nos sertões do Nordeste. Dava informações sobre horóscopos, física rudimentar, fenômenos meteorológicos, receitas médicas, calendários, vidas de santos, biografias de papas, conhecimentos agrícolas, conselhos de veterinária e ensinamentos gerais. Ensinava até como construir um relógio de sol. Os fazendeiros seguiam seus prognósticos meteorológicos como lei, e os cantadores populares o consultavam quando precisavam saber noções de gramática, história, geografia, religião e mitologia. A primeira edição do "Lunário Perpétuo" é de 1703, em Lisboa. Hoje virou relíquia. Eis um dos conselhos publicados na edição de 1921: "Quando o bicho ou cobra entrar no corpo de alguma pessoa que estiver dormindo, o melhor remédio é tomar fumo de solas de sapatos velhos pela boca, por um funil, e o bicho sairá pela parte de baixo: coisa experimentada."
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