30.8.16
28.8.16
Eileen Myles
our happiness
was when the
lights were
out
lights were
out
the whole city
in darkness
in darkness
& we drove north
to our friend’s
yellow apt.
where she had
power & we
could work
to our friend’s
yellow apt.
where she had
power & we
could work
later we stayed
in the darkened
apt. you sick
in bed & me
writing ambitiously
by candle light
in thin blue
books
in the darkened
apt. you sick
in bed & me
writing ambitiously
by candle light
in thin blue
books
your neighbor had
a generator &
after a while
we had a little
bit of light
a generator &
after a while
we had a little
bit of light
I walked the
dog & you
were still
a little bit
sick
dog & you
were still
a little bit
sick
we sat on a stoop
one day in the
late afternoon
we had very little
money. enough for
a strong cappuccino
which we sharedone day in the
late afternoon
we had very little
money. enough for
a strong cappuccino
sitting there &
suddenly the
city was lit.
23.8.16
21.8.16
Henrik Nordbrandt
Adonde quiera que vayamos
Adonde quiera que vayamos
siempre llegamos demasiado tarde a aquello que una vez salimos a buscar.
Y en cualquier ciudad en que nos quedamos
están las casas a las que es demasiado tarde para volver
los jardines en los que es demasiado tarde para pasar una noche de luna
y las mujeres a las que es demasiado tarde para amar
lo que nos tortura con su intangible presencia.
Y sean cualesquiera las calles que creemos conocer
nos llevan más allá de los jardines floridos que andamos buscando
y que difunden por toda la vecindad sus pesadas fragancias.
Y cualesquiera que sean las casas a las que volvemos
llegamos demasiado tarde por la noche para ser reconocidos.
Y cualesquiera que sean los ríos en que nos reflejamos
no nos vemos hasta que les hemos dado la espalda.
(trad. Francisco Uriz)
Ana Salomé
Lume
Comecei a fumar para te pedir lume.
Para arranjar um motivo. Para.
Tens lume? Perguntei-te.
Sim. Disseste. Levaste a mão ao bolso.
Engatilhaste o zippo. Todo prateado.
Abeiraste-te e fizeste concha com a mão direita.
Eras canhoto, como o coração.
Agora. Disseste.
E levei o cigarro até à chama.
Já está. E sorriste.
Importas-te que te acompanhe? Perguntaste.
Não, claro que não. Claro que não.
Está frio. Disseste. E esfregaste as mãos.
O cigarro sempre aquece.
Sim. Tossi.
Estás bem? Perguntaste.
Estou muito bem.
Óptimo. Disseste. E sorriste.
Aquele café além é acolhedor. Não tomas nada?
Um chá fazia bem à tosse. Perguntaste. E disseste.
Sim, um chá calhava bem. Estava mesmo a apetecer-me.
Parece que adivinhei. Disseste. E aí sorri eu.
Tomámos chá e de imediato fizemos planos de vida
Que correram mal, imediatamente mal.
Comecei a fumar para te pedir lume.
Para passar o frio.
Descobri que não viria a morrer
Nem de cancro pulmonar, nem de amor,
mas da própria morte, mal o lume se apagou
e o café fechou as portas. Para sempre.
18.8.16
17.8.16
12.8.16
6.8.16
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