Fazer poético: lição de João Cabral
como domar a explosão
com mão serena e contida,
sem deixar que se derrame
a flor que traz escondida,
e como, então, trabalhá-la
com mão certa, pouca e extrema:
sem perfumar sua flor,
sem poetizar o poema.
João Cabral de Melo Neto, no poema "Alguns Toureiros", 1954-55.
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