Internato
Uma quinze anos, dezesseis a outra,
Dormiam as duas no mesmo quarto.
Numa noite abafada de setembro:
Frágeis, olhos azuis, rubor de frutas.
Para ficar a gosto as duas tiram
As finas camisolas perfumadas.
A mais moça abre os braços e se arqueia
E a beija a irmã, com as mãos nos seus seios,
Depois cai de joelhos, fica atrevida
E tumultuosa e doida e sua boca
Afunda no ouro claro, em meio às sombras;
Mas a menina, nos dedos mimosos
Vai recontando as valsas prometidas
E, corada, sorri com inocência.
Paul Verlaine