24.11.22

Emmett Williams



the last french-fried potato 

the ultimate poem, version two   (as improvised by robert filliou and emmett williams during the exhibition l’aujourd’hui de demain in the musée palais saint-vaast at arras, march 20, 1964. performers eat a french-fried potato before each improvised phrase. the poem lasts as long as the potatoes hold out.) no more hotdogs  plus de vrais amants no more wives  plus d’ensilage de maïs  no more bellybuttons plus d’éléphants no more tomorrows plus de beurre salé no more stupidity plus de lampes d’aladin no more feelings of guilt plus de ruches blanches no more children plus de sirènes no more ontological critics plus de rares classiques de ce siècle no more good intentions plus d’immaterialisation no more jealousy plus de piles wonders   no more knocking at the door plus de listes provisoires no more gin and tonic plus de lèvres  no more money
plus de participation cosmique  no more personal appearances plus de dindons no more hot baths plus de promenades no more holes in my shoes plus de camarades no more bodhidharma plus de collaboration no more bad dreams plus d’érotique d’abjection no more sugarbeets plus de nescafé no more thelonious monk plus de permis de pêche no more prayers plus de vieux linge no more answers plus de mimosas en fleur no more inspiration plus de greffes d’écorce no more limited editions plus de sémantique générale no more turtleneck sweaters plus de sang versé no more cats plus de filles d’acier no more dishwashing plus de tendresse no more foghorns plus de phénomènes paranormaux no more todays plus de plantes verte


The Last French-Fried Potato, Emmett Williams.

Originally published in 1967 as a Great Bear Pamphlet by Something Else Press.



26.10.22

Maria Gabriela Llansol


Nunca gostei de lamber, a frio, a superfície de um corpo.

Sinto-o murcho ao gosto, acre ao odor. Mas, se pousas um pé no meu seio e levantas os braços deixando cair o cabelo, penso que é um pé de escrita dividido em dedos que procura a minha emoção. Que me provoca. No fim, mordo-lhe. É esta a minha retribuição de escritora viva.



Maria Gabriela LlansolOnde Vais, Drama-Poesia? (fragmento)



2.10.22

José Sbarra

 

No dejes que te impresionen las estrellas

que quizás estén todas muertas. No te dejes corroer por las canciones añejas Duerme y nada más. Esta noche, duerme Mañana una muchedumbre de arcoiris con lo que haya quedado vivo, ya conoces el mecanismo te fabricarán una sonrisa nueva.

Ahora duerme y nada más, esta noche, duerme. No te castigues con la luna, ese transatlántico indiferente, este silencio pasará volverán las palabras como pájaros, como veranos, como soles volverán las palabras y alguien dirá tu nombre. Esta noche, duerme, echa el ancla y duerme, duerme.

Que por unas horas oscuras nada te hiera. No llores, no implores, respira y duerme concéntrate en la respiración y acaríciate un hombro, amate un poco y duerme esta noche duerme.

Mañana tendrás la oportunidad, flamante y renovada de volverte a equivocar.



José Sbarra, El libro del mal amor



22.7.22

Lee Yi

10.7.22

Gwendolyn MacEwen

 

The Garden of the Thieves

For years I have wanted to write a poem called The Garden of the Thieves. The title turns up in old notebooks with asterisks Surrounding it and arrows pointing to it, and Notes telling me to write it, write it, but

It never got written until now because I never knew where the garden was, or who The thieves were, so the naked title lay there Between sheets of paper that seethed with reason And grand ideas, until one night I actually dreamed

Of the garden where I played as a child, and it was invaded by thieves Who stole the Great Poem from me, the one we all know Never gets written, and I saw the title as they Whisked it away, and yes, it was beyond a doubt

The Garden of the Thieves, written by Anonymous who was my favourite poet And who I thought was a Byzantine king. I have been Pondering over this for quite some time, and thought I'd better get it all down before the night falls.


1.7.22

Glauce eterna terra em transe

15.6.22

1 poema de Stella do Patrocínio



Eu já fui operada várias vezes 

Fiz várias operações 

sou toda operada 

Operei o cérebro, principalmente 

Eu pensei que ia acusar 

Se eu tenho alguma coisa no cérebro 

Não, acusou que eu tenho cérebro 

Um aparelho que pensa bem pensado 

Que pensa positivo 

E que é ligado a outro que não pensa 

Que não é capaz de pensar nada e nem trabalhar 

Eles arrancaram o que está pensando 

E o que está sem pensar 

E foram examinar esse aparelho de pensar e não pensar 

Ligados um ao outro na minha cabeça, no meu cérebro 

Estudar fora da cabeça 

Funcionar em cima da mesa 

Eles estudando fora da minha cabeça 

Eu já estou nesse ponto de estudo, de categoria



14.5.22

Jorge Luis Borges

 

El suicida


No quedará en la noche una estrella.

No quedará la noche.

Moriré y conmigo la suma

del intolerable universo.

Borraré las pirámides, las medallas,

los continentes y las caras.

Borraré la acumulación del pasado.

Haré polvo la historia, polvo el polvo.

Estoy mirando el último poniente.

Oigo el último pájaro.

Lego la nada a nadie.



3.4.22

Lygia Fagundes Telles RIP

 


É preciso amar o inútil. Criar pombos sem pensar em comê-los, plantar roseiras sem pensar em colher as rosas, escrever sem pensar em publicar, fazer coisas assim, sem esperar nada em troca. A distância mais curta entre dois pontos pode ser a linha reta, mas é nos caminhos curvos que se encontram as melhores coisas.




24.1.22

Tardes de Bolonha

15.1.22

Zombie