Ainda
Eu não quero esquecer os dias que viveram.
Por eles escrevi estes versos mofinos;escrevi-os à tarde ouvindo rir meninos,
meninos loiro-sóis que bem cedo morreram.
Eu não quero esquecer os dias que enumeram
desejos e prazeres, rezas e desatinos;
e, em loucuras ou entoando hinos,
lá na Curva da Estrada, azuis, desapareceram.
Eu não quero esquecer dos dias mais felizes
a bênção branca-e-astral, lá das Alturas vinda,
nem tampouco o travor das horas infelizes.
Eu não quero esquecer… Quero viver ainda
o tempo que secou, mas que deixou raízes,
e em verde volverá, e florirá ainda…