16.2.11




As primas procuram sob a cama o camarim de lençóis.
Os primos pingam moedas nos cofrinhos.
Querem ver para crer e dividem uma poltrona.
Ao fundo risinhos de uma outra vida.
Uma menina traz a pipoca. Pouco falta agora.
A dois passos dali uma fila de baratas donairosas
cruza o tapete vermelho, as asas palpitando.
Os primos despem-nas com olhos arregalados.
Sedas, plumas, tiaras e pedrarias.
As meninas apagam a luz e deixam o quarto.
Os ninhos da casa suspiram.
As mulheres do seu tempo não são mais feitas de carne.


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