28.3.03

A CÓPULA


Depois de lhe beijar meticulosamente
O cu, que é uma pimenta, a boceta, que é um doce,
O moço exibe à moça a bagagem que trouxe:
Culhões e membro, um membro enorme e turgescente.

Ela toma-o na boca e morde-o, incontinenti
Não pode ele conter-se e, de um jacto, esporrou-se.
Não desarmou porém. Antes, mais rijo, alterou-se
E fodeu-a. Ela geme, ela peida, ela sente

Que vai morrer: "Eu morro! ai não queres que eu morra?!"
Grita para o rapaz, que aceso como um Diabo,
Arde em cio e tesão na amorosa gangorra.

E titilando-a nos mamilos e no rabo
(que depois irá ter sua ração de porra),
Lhe enfia cono a dentro o mangalho até o cabo.


-- Manuel Bandeira, 1962. Este surpreendente soneto de Bandeira, com nítida influência de Bocage, faz parte da coleção de Obras Raras da Biblioteca da Universidade de Brasília. Foi publicado pela primeira vez na revista Bric a Brac, Brasília, 1986.